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Aprisionamento Tecnológico x Soberania de Dados

  • Foto do escritor: Antonio Santos
    Antonio Santos
  • 1 de set.
  • 2 min de leitura

Um dia, fui questionado por uma advogada sobre o que significava “aprisionamento tecnológico” na escolha de um sistema de ERP.

A pergunta parecia simples, mas abriu espaço para uma discussão profunda — e que hoje compartilho com você.


Na prática, todo ERP é, sim, um aprisionamento tecnológico.


Quando uma empresa decide adotar um sistema de gestão, ela aceita viver dentro das regras, lógicas e padrões daquele fornecedor. É como se estivesse alugando uma casa já pronta: você pode decorar, ajustar os móveis e até pintar algumas paredes, mas a estrutura da casa é fixa, e você precisa aprender a conviver com ela.


Esse “aprisionamento” não é, necessariamente, um problema. Pelo contrário: é um pacto de eficiência. Um ERP bem implementado organiza processos, integra áreas e dá visibilidade de ponta a ponta da operação. Mas — e aqui está a chave — não podemos confundir o sistema que usamos com a soberania dos nossos dados.


A soberania de dados significa que, independentemente da plataforma ou fornecedor, a empresa deve manter controle pleno sobre suas informações. Dados de clientes, históricos financeiros, indicadores operacionais e até mesmo registros de conformidade não pertencem ao ERP, pertencem à organização.


O risco surge quando o aprisionamento tecnológico se transforma em dependência absoluta, a ponto de o cliente não ter clareza de como extrair ou migrar seus próprios dados. É como se você alugasse a casa, mas perdesse as chaves — ficando refém do proprietário para entrar e sair.


A verdadeira soberania digital exige que líderes de tecnologia, como eu, façam perguntas incômodas antes de qualquer contrato:


  • Posso exportar meus dados de forma estruturada, sem depender de favores do fornecedor?

  • Os formatos são abertos ou proprietários?

  • Se eu quiser migrar de ERP, o que consigo levar comigo?


No fim, aprisionamento tecnológico é inevitável. Toda escolha de ERP, CRM, ou até mesmo de um provedor de nuvem, envolve concessões. O que não pode ser inevitável é a perda da soberania sobre os dados.


Como executivo de tecnologia, aprendi que a discussão nunca deve ser sobre o aprisionamento em si, mas sobre o nível de liberdade que garantimos aos nossos dados dentro desse contexto.

Porque, no mundo digital, quem não tem domínio sobre seus próprios dados, não tem domínio sobre o próprio negócio.


👉 E você, já parou para pensar no quanto sua empresa é “livre” para decidir sobre os próprios dados?

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